terça-feira, novembro 06, 2007

This Wheel's On Fire


      X-Phi - Alina Simone

     Muito bem, vamos lá ver se percebemos porque é que o hino da Filosofia Experimental apresenta uma cadeira de braços a ser devorada pelas chamas... hum... depois da 1ª Revolução da Filosofia — que recorria à análise da estrutura oculta das palavras que usamos — e da 2ª Revolução da Filosofia — que optou por observar a superfície da linguagem, o modo como a usamos no dia a dia — chegou a 3ª Revolução da Filosofia, a Filosofia Experimental, que recorre à ajuda de outras ciências, experimentais, para resolver o problema de saber como a mente funciona. Ou seja: o significado lingúistico depende de estruturas ocultas da mente, as quais só podem ser reveladas através desta nova abordagem das Ciências Cognitivas, recorrendo à Linguística, à Psicologia, a modelos computacionais, à Neurociência Cognitiva, à Antropologia e outros domínios experimentais. Conclui-se, portanto, que os filósofos que pensavam que podiam fazer o seu trabalho sentadinhos numa cadeira de braços estavam muito enganados. Que arda a cadeira!
     Isto, que nos é explicado aqui por Jesse Prinz, é muito interessante, mas é especificamente sobre "como a mente funciona", e não sobre Filosofia. Tal como diz um comentador: Quais são os "problemas" ? Quais são as "questões" ? Eu compreendo que, sendo a linguagem o veículo do (nosso) conhecimento, interessa saber como funciona esse veículo, e nesse caso a Neurociência experimental pode dar uma ajuda. Mas é esse o programa da Filosofia? Não me parece.
     OK, venha lá então a Filosofia Experimental e que se lixe a cadeira de braços. A partir de agora passamos a conversar em pé, embora continuemos no mesmo sítio. E o que é que irá arder a seguir: os sapatos?



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E, já que estamos no domínio da música e do fogo, aqui fica "This Wheel's On Fire", Julie Driscol & Brian Auger dando vida própria a uma canção de Bob Dylan. Era nos anos 60, época em que qualquer coisa pegava fogo com facilidade, se a memória não me falha.