domingo, abril 09, 2006

Alcino Silva

A revista Pública (suplemento do jornal Público de hoje) inclui uma entrevista de Andréia Azevedo Soares ao cientista Alcino J. Silva, actualmente a trabalhar na Califórnia, na UCLA, onde este investigador fala sobre o seu trabalho centrado na memória.
     «(...) A memória está ligada a uma utilidade, a uma potencialidade. Penso que o mundo é muito menos interessante do que a forma como o vemos. São os cérebros criativos que vêem o mundo com outras "nuances" e as partilham com os demais. O mundo tem a sua aspereza e precisamos desse processo criativo para torná-lo mais ameno. Se [você] muda o seu comportamento diante da realidade, consegue de alguma forma alterá-lo aos seus olhos, e isso exige uma grande dose de plasticidade, maleabilidade.
     Essa é uma das funções mais pujantes da nossa memória. Aprendemos como as coisas funcionam e gravamos os pontos em que falhamos, para fazer melhor da próxima vez. Não memorizamos tudo o que aconteceu exactamente como aconteceu. Por vezes, saber com precisão aquilo que realmente aconteceu não nos ajuda em grande coisa.»
Alcino Silva dirige o SilvaLab
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